ÁLCOOL, AUTISMO E A PSICANÁLISE

Resumo

O artigo "Álcool, Autismo e a Psicanálise: revisão bibliográfica" ocupa-se em buscar repostas sobre uso abusivo de bebidas alcoólicas por adultos autistas, destacando a importância da psicanálise como abordagem terapêutica para compreensão das causas subjacentes que motivam tal comportamento e o subsequente tratamento. Observou-se que Transtorno do Espectro Autista (TEA) em adultos é um tema que carece de atenção à medida que faltam serviços de saúde, a dificuldade de diagnóstico e a escassa literatura médica. A predominância de publicações existentes o diagnóstico e o tratamento são destinados a infância. A revisão literária tem como marco inicial as contribuições de Melanie Klein percorrendo a evolução histórica do conceito de autismo até chegar às classificações atuais, destacando a complexidade do transtorno, uma vez que cada autista é único. Por se tratar de um espectro que apresenta uma diversidade de sintamos e níveis de suporte, a revisão contempla o nível 1 de suporte (Asperger): comumente conhecido como autista de alto desempenho, por sua boa capacidade de comunicação e bom nível cognitivo. A pesquisa revela dados preocupantes no que se refere a comorbidades e o aumento significativo do consumo de álcool nesta população, que carece de tratamento que respeite as especificidades do espectro. A psicanálise é apresentada como uma ferramenta de grande potencial terapêutico por sua abordagem centrada no sujeito, que possibilita a pessoa autista a compreensão do universo das emoções, por conseguinte a construção da alteridade. Visto que a falta de discernimento de tais caraterísticas pode encerrá-lo em uma posição de vulnerabilidade e risco socioemocional.